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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Conferência 'Deficiência, Inclusão e Direitos Humanos"

A APECI promoveu a Conferência com o tema “Deficiência, Inclusão e Direitos Humanos” que teve lugar hoje, dia 1 de fevereiro de 2017  no Auditório do edifício dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Torres Vedras. Esta ação foi dinamizada pela Dra. Isabel Felgueiras e pela Prof. Dra. Júlia Serpa Pimentel que apresentam uma larga experiência académica e profissional na abordagem desta temática. O objetivo principal desta ação foi o de refletirmos sobre a atualidade da inclusão das Pessoas com deficiência ou incapacidade na sociedade portuguesa e, em particular, na comunidade torreense. 


A sessão foi aberta pela vereadora Ana Umbelino que fez uma excelente reflexão sobre esta temática. Saliento uma frase que referiu na qual diz, e estou a citar de cor, que é a própria sociedade que cria a incapacidade dos outros, por não saber construir espaços que respeitem a diversidade. 

Fiquei a pensar nisto. De facto, somos nós (todos) que criamos muitas vezes essa incapacidade. A deficiência ou incapacidade do outro só é visível se ele tiver que desempenhar um determinado papel ou deslocar-se a um local e não conseguir. Se houver uma mudança de paradigma, na forma como olhamos a deficiência, talvez as diferenças se vão esbatendo cada vez mais, até, num cenário utópico, desaparecerem de vez. Uma pessoa em cadeira de rodas só se mostrará incapaz se lhe for 'exigido' algo que a sua condição não permita realizar. Uma escada, por exemplo, só será obstáculo se for a única forma de aceder a um local. Fica para reflexão.

Depois falou-se sobre os direitos humanos. A defesa dos direitos humanos e dos direitos das pessoas com deficiência ou incapacidade é algo que já vem de tempos muito remotos. É um processo inacabado, com altos e baixos, sensível a modas. Esses direitos não estão garantidos, é preciso defendê-los, cuidar deles e promovê-los. Hoje e sempre.

Tenho andado com outra preocupação, algo que tem merecido alguma reflexão da minha parte e que foi falado hoje na conferência. 
Ainda ontem, numa reunião com uma encarregada de educação, falávamos sobre a passagem, de um aluno com uma deficiência ou incapacidade, da escola para o mundo do trabalho. Como articular essa passagem? Como suavizar o choque do final da escolaridade e a passagem para a idade adulta? Para onde vai o jovem? Com quem fica? Conseguirá um trabalho? Conseguirá realizar um trabalho sequer? Terá autonomia para tratar dele próprio? Terá autonomia para se deslocar entre casa e o trabalho, se o tiver? Estará a escola a prepará-lo para o 'mundo real'? Estarão os pais preparados para deixá-los entrar no 'mundo real'?
Por enquanto, ficam as perguntas. Espero conseguir dar respostas no futuro.
É sempre uma angústia para pais e professores. 
Garantir o acesso às aprendizagens e resolver os problemas do dia-a-dia e projetar o futuro de alunos com alguma deficiência e incapacidade não é tarefa fácil. Arregacemos as mangas.
As conferências servem para isto mesmo, para pensar, mesmo que as ideias surjam algo confusas e os temas se misturem. É hora de arrumar as ideias.
FMM



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